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Conhecendo a crítica cultural materialista


Imagem de Kuhle Wampe, filme de Bertold Brecht (1932): a arte como representação de contradições históricas. Foto: divulgação


“Qual à contribuição que a tradição materialista traz à crítica cultural? No sentindo mais abrangente, pode-se dizer que a marca que distingue essa tradição variada é que, para ela, a cultura concretiza relações sócio-históricas e o trabalho da crítica é examinar os modos como a arte descreve e interpreta essas relações.”


É com essa definição que a professora Maria Elisa Cevasco, da USP, inicia um pequeno artigo publicado em 2013 na Revista Ideias. No texto, ela aponta os principais teóricos que contribuíram para o surgimento deste campo de conhecimento científico e que parte da dialética marxista para estruturar suas categorias.


A crítica cultural materialista surge como uma resposta a um tipo de análise esvaziada de sua função social e que dominou os meios acadêmicos especializados na primazia do texto como único foco do trabalho crítico.


A crítica cultural materialista veio mudar esta abordagem. “Ao invés de avaliar obras de arte e arbitrar qual vai para o cânone ou qual fica relegada ao esquecimento, a prática desse tipo de análise não para na descrição, mas busca decifrar os liames entre as formas da arte e a história que elas concretizam”, explica a professora.


Citando o crítico e professor norte-americano Fredric Jameson, Cevasco aponta que “uma das tarefas do crítico dialético hoje é fazer com que a história apareça e seja reconhecida por todos”.


Neste contexto, forma (a arte) e conteúdo (a sociedade) devem ser objetos do olhar do crítico que precisa tirar deles as contradições que expressam sobre a conjuntura histórica de sua realização.


Como um campo científico, a crítica cultural materialista tem uma vocação de vanguarda e poderia estar ligada a movimentos revolucionários mais amplos.


Ela consegue mostrar que a obra de arte manifesta as contradições sociais e históricas dentro da sociedade que a produz e ajuda a desvelar o que muitas vezes está escondido nas amarras da ideologia da classe dominante e disfarçado em fragmentação discursiva.


Para ler o texto da professora Maria Elisa Cevasco, visite o link da Revista Ideias.

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